Mas o que é a menopausa?

O termo menopausa significa a última menstruacão espontânea da mulher e marca o final do período reprodutivo, sendo na verdade, o evento mais marcante de uma fase bem mais abrangente chamada climatério. Já o climatério refere-se a todo uma fase que antecede e sucede a menopausa e é caracterizado por uma diminuição progressiva na produção dos hormônios femininos estrogênio e progesterona e pela falta de ovulação.

Portanto é considerada uma condição fisiológica, natural que atinge todas as mulheres e envolve mais do que o fim da fertilidade, uma vez que acarreta mudanças no corpo, acelera o processo de envelhecimento e pode afetar a qualidade de vida da mulher.

O início do climatério se dá geralmente após os 40 anos, e manifesta- se por várias mudanças no corpo da mulher e no ciclo menstrual, culminando com a última menstruação (menopausa) que ocorre ao redor dos 48-50 anos. As transfomações são nítidas sobre a pele, peso corporal, trato genital, massa óssea e até mesmo no humor e são decorrentes da diminuição do estrogênio. Ocorrem assim, alterações cutâneas como manchas, perda da elasticidade e turgor da pele, e aumento das rugas.

Há uma diminuição do metabolismo basal com tendência a ganho de peso principalmente na região do tronco (com ênfase no abdômen). Além disso, ocorre uma atrofia urogenital progressiva levando a um estreitamento e encurtamento da vagina, além do adelgaçamento da mucosa vaginal e diminuição da lubrificação. Estas mudanças são mais tardias e acarretam dor na relação sexual e maior risco de infecções vaginais e urinárias.

O metabolismo ósseo também sofre alterações, com diminuição da massa óssea, levando à osteoporose e aumento do risco de fraturas ósseas. Assim, vários sinais e sintomas ocorrem nesta fase e dentre eles podemos destacar: irregularidade menstrual e por fim ausência de menstruações, fogachos ou ondas de calor, sudorese, alterações do humor, diminuição da libido e sintomas urogenitais, entre outros.

Porém estes sintomas não se manifestam obrigatoriamente em todas as mulheres e a sua intensidade assim como a duração são variáveis, mas em muitos casos interferem negativamente na qualidade de vida da mulher. E o que fazer para minimizar estas alterações? Na verdade, a mulher tem que deflagrar uma série de ações conjuntas e bem planejadas visando o seu bem-estar. E isto significa deixar de ser coadjuvante e passar a protagonista da sua própria história.

O primeiro passo é identificar essas primeiras alterações e ter um ginecologista de sua confiança para acompanhá-la nesta fase. Além da conversa que identifica os principais sintomas, o especialista pode solicitar exames de dosagens hormonais que ajudam a definir o quadro e aproveitar a oportunidade para realizar os exames de prevenção do câncer ginecológico e mamário, assim como os de prevenção das doenças crônico-degenerativas como o diabetes, as dislipidemias e a osteoporose.

Outro ponto importante desta consulta é a identificação do sobrepeso e obesidade e após afastar a presença de patologias como o hipotiroidismo, orientar as medidas dietéticas e de mudanças no estilo de vida, combatendo o sedentarismo. Após toda esta avaliação o ginecologista deverá discutir com a paciente os prós e contras da terapia de reposição hormonal (TRH) e então decidir em conjunto se ela vai utilizar. Aquelas mulheres que apresentam sintomas importantes irão se beneficiar da TRH e deverão utilizar as doses baixas hoje disponíveis no mercado e que podem ser administrados por via oral, transdérmica e implantes.

Este tratamento além de trazer alívio dos sintomas pode ajudar a reduzir a perda do colágeno e conservar a massa óssea. A via vaginal também pode ser utilizada quando predominarem os sintomas urogenitais. O mais importante é atentar para as reais indicações, as contraindicações e os possíveis riscos da TRH e isso deve ser conversado e invidualizado para cada paciente. Além disso, existem tratamentos alternativos com fitoterápicos que ajudam nos casos de sintomas mais leves.

Mais do que tudo isso é preciso aceitar as mudanças desta nova fase e fazer as escolhas certas. Nós podemos, por exemplo, escolher entre envelhecer e amadurecer. Na primeira é só não fazer nada e aguardar o desfecho final. Na segunda é necessário uma boa dose de autoconhecimento e sabedoria para aceitar as transformações e limitações próprias desta fase e principalmente descobrir aí uma nova gama de possibilidades, experiências e desafios... Novos horizontes se abrem na vida da mulher, é hora de se reinventar e descobrir novos significados para a palavra VIDA.

Revista Saúde